Que os estilos se fundiram todos concordam, mas em que momento isso aconteceu não é, necessariamente, determinado...
Antes de falar do que eu considero ser a tattoo moderna, quero colocar aqui um trecho tirado do Portal Tattoo dos mais interessantes sobre a introdução da tatuagem na cultura americana.
A tatuagem foi introduzida no Ocidente no século XVIII, com as explorações que colocaram os europeus em contato com as culturas do Pacífico. Nessa época não existiam tatuadores profissionais, mas alguns amadores já estariam a bordo dos navios e em grandes portos. Na segunda metade do século XIX, as tatuagens viraram moda entre a realeza européia.
No final do século XIX, a febre da tatuagem espalhou-se na Inglaterra como em nenhum outro país da Europa. Graças à prática dos marinheiros ingleses em tatuarem-se. Vários segmentos da sociedade inglesa se tornaram adeptos da arte. Mas mesmo com a realeza tendo sido tatuada, a maioria das pessoas insistia em associar o ato de tatuar com uma propensão à criminalidade e marginalidade. Outros interpretavam a penetração da carne como uma tendência à homossexualidade.
A palavra tatuagem origina-se do inglês tattoo. O pai da palavra "tattoo" foi o capitão James Cook , que escreveu em seu diário a palavra "tattow", também conhecida como "tatau", uma onomatopéia do som feito durante a execução da tatuagem, em que se utilizavam ossos finos como agulhas, no qual batiam com uma espécie de martelinho de madeira para introduzir a tinta na pele. A partir de 1920 a tatuagem foi ficando mais comercial, tornando-se mais popular entre americanos e europeus. Surgindo uma gama de tatuadores que eram artisticamente ambiciosos. Eles acharam muitos clientes nas décadas de 1950 e 1960. Durante muito tempo, nos Estados Unidos, a tatuagem esteve associada a classes sócio-econômicas mais baixas, aos militares, aos marinheiros, às prostitutas e aos criminosos.
Bom, o local de nascimento da velha escola da tatuagem foi o Chatham Square, Nova York, onde Samuel O'Reilly, vindo de Boston, - o inventor da máquina de tattoo moderna, utilizada até os dias de hoje - montou sua loja. Após sua morte, em 1908, seu aprendiz Charlie Wagner abriu uma espécie de fornecedora de materiais de tatuagem e treinou Lew Alberts na técnica de desenhar papéis de parede, técnica esta que seria usada para a reprodução de desenhos de tatuagem. Lew Alberts, então, tornou-se famoso por redesenhar grande parte das primeiras folhas de catálogo de imagens, conhecidas como flashes.
Nos anos de 1910 a tatuagem se popularizou pelos Estados Unidos, inclusive por seu caráter cosmético: blush para as bochechas, lábios coloridos e delineadores. Com a Primeira Guerra, os catálogos de desenhos para tattoo se encheram de temas militares ligados à bravura e à guerra.
Nos anos 20, com a depressão econômica, Chatham Square se tornou impopular e o centro da tatuagem migrou para Coney Island. Tatuadores de todo o país começaram a abrir suas lojas perto de bases militares, principalmente de bases navais, e as tatuagens tornaram-se marcas de viagens também entre os marinheiros dos E.U.A.
Durante a Segunda Guerra, essa arte foi cada vez mais associada a motoqueiros e delinquentes juvenis - quem não se lembra do filme "Juventude Transviada"? - até que, após uma epidemia de hepatite, em 1961, a tatuagem se confinou definitivamente no meio underground. Aqui ela se torna mais uma forma de identificação de gangues, e elementos como socos ingleses, correntes, símbolos e, no caso dos sulistas e mexicanos, caveiras e santos católicos são incorporados aos desenhos.
Mesmo que várias lojas de tatuagem tivessem equipamento de esterilização, poucas o utilizavam, devido à quantidade de gastos gerados. Os jornais noticiavam histórias sobre envenenamento sanguíneo e contaminações causadas por agulhas de tattoo e, mesmo que, incialmente, o governo de Nova York desse a oportunidade, aos tatuadores, de formarem associações para uma possível regulamentação, estando os tatuadores tão independentes, não houve nenhum tipo de organização. Um código de violação da saúde foi emitido e as lojas na Times Square e Coney Island se viram obrigadas a fechar suas portas.
De qualquer forma, essa busca pela "segurança sanitária" despertou a curiosidade de vários jovens da época, muitos envolvidos com formas de arte alternativas como o grafitti, que desenvolveram um novo tipo de conceito para a tattoo - essa seria a nova escola.
A grande popularização da tatuagem nas Américas começou nos anos 70, quando a Califórnia foi o berço dos desenhos que reproduziram imagens de Marilyn Monroe, James Dean e Jimmy Hendrix. Nessa mesma época, os surfistas lançaram a moda de braços decorados com dragões e serpentes. Na década de 80, foi a vez dos tigres e das águias. Desde então, a tatuagem teve um aumento tão grande de popularidade que o número de estúdios subiu de cerca de 300 para mais de 4.000 nos últimos 20 anos, nos Estados Unidos.
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