Desde pequenos somos forçados a notar quando somos diferentes. Na escola, qualquer que seja nossa diferença ela irá se sobressair. É, então, na escola que nos ensinam que a diferença é indesejável – e, apontando para ela como uma falha, como uma inconveniência, a escola nos pressiona a nos tornar invisíveis e a nos misturar entre os “iguais”.
Nesse primeiro contato com a sociedade somos colocados
diante daquilo que enfrentaremos por toda uma vida e, enquanto “diferentes”,
tomamos consciência de que provocamos o incômodo. A garota que não gosta de
rosa, o garoto que não se interessa por futebol, a negra que não quer alisar o
cabelo, a criança que não quer estar na moda, a criança que não pode estar na
moda por conta de suas condições econômicas desfavorecidas, mas nem por isso se
envergonha... qualquer um que não esteja disposto a se conformar é um incômodo
porque questiona a validade das regras. Qualquer um que se recuse a ser “só
mais um”, que se recuse a seguir os padrões impostos à sociedade, provoca
ansiedade, porque questiona as formas de poder que se disfarçam de regras e
padrões.
É crucial, para o conservador, que a mulher permaneça
submissa, que o homossexual não tenha os mesmos direitos civis, que o transexual
não tenha sua identidade de gênero reconhecida. Afinal, conferir visibilidade e
poder de fala a essas pessoas é permitir que elas questionem justamente os
princípios que alçaram ao poder os opressores.
Mulheres, negros, pobres, deficientes físicos ou mentais, homossexuais,
bissexuais, transexuais, transgêneros sabem que são diferentes; sabem que são o
“outro” que não é dominante. Em algum momento de sua vida experimentarão alguma
forma de discriminação, e normalmente esse momento chega quando entramos na
escola.
Na escola, a importância de seguir as normas está em se
adequar e aprender a não questionar, a ficar calado. Afinal, é menos trabalhoso
e (bem) mais conveniente para os que administram um ambiente ou uma instituição
que não se fomentem os discursos questionadores.
O aluno que insiste em perguntar “Por quê?” é um aluno armado
com um pensamento crítico, e é importante que o professor demonstre ao
estudante como manusear essa arma. Como professores, devemos deixar claro para
o jovem que a neutralidade é um mito e que não existem verdades absolutas; e
que se não somos capazes de escapar das ideologias, podemos, ao menos,
questioná-las.
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Em São João del Rei, estamos enfrentando a pressão de um vereador conservador para se reformular o plano decenal de ensino; muitas outras cidades estão sofrendo com o mesmo problema. Enquanto educadores e representantes de minorias não podemos nos calar!
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Em São João del Rei, estamos enfrentando a pressão de um vereador conservador para se reformular o plano decenal de ensino; muitas outras cidades estão sofrendo com o mesmo problema. Enquanto educadores e representantes de minorias não podemos nos calar!
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