terça-feira, 18 de maio de 2010

Quadrinhos!

Já que o melhor para esquecer as mazelas do pensamento é ocupar a cabeça com "trabalho", considerem minha cabeça ocupada.
Na sexta-feira, quando fui a BH (para fazer minha última visita a meu tio), não resisti e fiz uma compra na banca da rodoviária: um relançamento da HQ de Drácula, pelo falecido Eugênio Colonnese (sim, vc o conhece, e se é fã de quadrinhos, provavelmente foi ele quem lhe ensinou a desenhar), lá pelo final dos anos 60.
 Tudo muito lindo, entusiastas dos quadrinhos se regozijando loucamente por terem a oportunidade de ter esta obra em casa pela bagatela de R$14,90 (considerando o que a gente paga hoje, tá barato sim), e é claro que eu tenho que dar meu palpite aqui... detonaram os desenhos do Colonnese!
Entre os anos 50 e 80 a produção de quadrinhos de terror no Brasil era grande e de excelente qualidade (sendo o nome do tio Eugênio famoso desde então)... mas os anos 80 determinaram que o Brasil se tornasse um expressivo produtor de tirinhas e de humor, propositalmente toscas, jogando os quadrinhos "sérios" em mãos independentes e não lá muito competentes. Não sei se foi essa a causa (ou se simplesmente a Editora Escala escolheu mal), mas, no desejo de fazer esta nova edição parecer uma graphic novel, um publicação de luxo ou coisa parecida, cagaram pecaram na coloração desde a capa (diga-se de passagem, puta capa feia, tentando, em vão, reproduzir as capas antigas). 
Os desenhos originais de Colonnese são em preto e branco, impecáveis como sempre... nesta edição novinha em folha, os traços estão mais grossos, detalhes e nitidez foram perdidos e a coloração, que provavelmente é digital, não combina com o estilo do desenho (olha só, se o desenho JÁ TEM A SOMBRA, em preto, pra que raios vc tem que colocar uma sombra extra em degradê?!). No mais, é algo que fãs de quadrinhos deveriam ter, nem que seja para se deleitar com a adaptação excelente e com as páginas extras, que contam, resumidamente, a história dos quadrinhos de terror no Brasil.

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